sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Apresentação do Poster


Como é interessante confrontar a teoria com a prática, pois muitos de nós não tinhamos a real dimensão de como era v vida de professores e estudantes de EJA, pois lemos muito sobre isso, dos diversos autores que nos são disponibilizados textos sobre o assunto. sei que muitas vezes a teoria acaba por editar a realidade e mostrá-la de uma forma completamente linda e maravilhosa, muito diferente do que realmente acontece. Já os textos de EJA foram exatamente de encontro com as nossas pesquisa feitas com alunos de EJA da escola Dr. Décio Gomes Pereira, que nos receberam muito bem e foram extremamente receptivos, graças a ajuda da sua professora que foi muito companheira nos ajudando e cedendo sua turma para que fizessemos as entrevistas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Semestre diferente


"O grande segredo da educação pública de hoje é sua incapacidade de distinguir conhecimento e sabedoria. Forma a mente e despreza o caráter e o coração. As conseqüências são estas que se vê." (Theodore Palmquistes)
Além de estarmos as portas de nosso estágio, este semestre também foi diferente em diversos aspectos, que desde o início do nosso curso, ainda não tinhamos nos deparado. Desde do início fomos sempre elogiadas pela qualidade de nossos trabalhos, pela pontualidade dos mesmos em comparação aos demais pólos, e neste semestre nos deparamos com a crítica a nossa forma de trabalhar e a qualidade de nossos trabalhos.
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)
Muitos fomos deixados para uma segunda banca por não apresentarmos o número certo de postagens até uma data que ninguém sabia até aquele momento que existia. Foi um semestre com um volume de leituras muito grande, com textos extensos e de difícil compreeensão que muitas vezes nos impossibilitavam de refletir sobre a aprendizagem, pois muitos prazos foram bem apertados. Este semestre foi diferente também, pois parece que as informações necessárias para a nossa organização não chegavam a tempo, não tivemos o apoio de uma tabela de acompanhamento como em outros trimestres o que tenho que dizer acabou atrapalhando bastante a organização de muitos.
Espero que tudo isto tenha algum reflexo futuro e que sirva de alguma forma para nos tornarmos profissionais melhores, pois prefiro pensar assim a entregar os pontos e mais uma vez me revoltar contra algo que sei que não vai adiantar.
Esperança é a última que morre...
"Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança."
(William Shakespeare)

Estágio


O estágio é um momento de fundamental importância no processo de formação profissional. Constitui-se em um treinamento que possibilita ao estudante vivenciar o aprendido na Faculdade, tendo como função integrar as inúmeras disciplinas que compõem o currículo acadêmico, dando-lhes unidade estrutural e testando-lhes o nível de consistência e o grau de entrosamento. Por meio dele o estudante pode perceber as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua adaptação ao meio educacional.
O estágio funciona como uma “janela do futuro” através do qual o aluno antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber sobre” para o “saber como”; um momento de validação do aprendizado teórico e prático em confronto com a realidade.
Neste semestre realizamos os trabalhos com os olhos voltados para nosso estágio, muitos dos trabalhos deste semestre visaram justamente a preparação deste momento que, mal ou bem, vai coroar o nossos quatro anos e meio de estudo e começar desde já a planejar faz com que a ansiedade já tome conta de muitas de nós.

Planejar


Segundo Gandin (2001, p. 83), "é impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e atitudes para transformá-la."
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que desejamos.

Planejamento Educacional é "processo contínuo que se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo" (PARRA apud SANT'ANNA et al, 1995, p. 14).
Para Vasconcellos (1995, p. 53), "o planejamento do Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal", incorporando as políticas educacionais.

AVALIAÇÃO


A escola assume um caráter reducionista a partir do momento que reduz todo seu trabalho ao ato de avaliar tendo em mente o simples objetivo de classificar seus alunos, reduzindo todo seu aprendizado a meras perguntas que levam muitas vezes a memorização pura e simples de alguns conceitos que o professor acha importante que o aluno saiba. Acaba tendo este caráter reducionista quando centra todas as avaliações somente para o final de um trimestre, onde daí pode ser tarde demais para recuperar a aprendizagem dos alunos, que muitas vezes passaram dois meses estudando um determinado assunto sem o professor ter uma dimensão da aprendizagem dos seus alunos.
Segundo Silva (1996, p.20), uma "inversão entre as funções da avaliação: o registro burocrático sobrepondo-se à natureza pedagógica de acompanhamento dirigindo mesmo toda organização do trabalho escolar."
No modelo de avaliação de caráter classificatório a avaliação assume um caminho de apenas uma via, onde o único avaliado do processo aprendizagem é o aluno, e não o professor. A avaliação passa a ser mais um instrumento burocrático exigido pela instituição com o objetivo de dar uma nota e classificar este aluno. Acaba não avaliando o que o aluno aprendeu, mas sim aquilo que ele ainda não sabe ou não memorizou.
Para Cunha (1995, p.44), "aquilo que a pessoa diz ou faz está moldado consciente ou inconscientemente pela situação social. São as experiências e as condições de vida que fornecem a formação dos conceitos e do desempenho do indivíduo". Toda atividade do professor é um reflexo daquilo que ele vivenciou. Para a autora, "o fato de o professor ter tido uma educação autoritária e punitiva pode fazê-lo tentar repelir esta forma no seu cotidiano docente, mas pode também levá-lo a repetir esta prática". (p.36)
Muitas vezes o professor acaba reproduzindo o vivenciou como estudante com seus próprios alunos, onde o mais importante era tirar a melhor nota e não aprender. Muitas vezes vejo colegas meus na sala de professores falando de seus alunos, do ensino médio e séries finais, de um jeito desrespeitoso e já dando como reprovados alunos que sequer iniciaram o terceiro trimestre, falando muitas vezes de sua falta de interesse e desmotivação. Isso me deixa muitas vezes chateada, pois são alunos que foram meus, quando pequenos e que não eram assim, tinham lá suas dificuldades, mas conseguiam superá-las, pois acabavam se esforçando. Acredito que nunca passou pela cabeça deles que esta falta de interesse e motivação possa estar ligada com o desinteresse que existe por parte deles em tentar compreender melhor o processo de aprendizagem deles e avaliar aquilo que eles realmente sabem e não aquilo que eles precisam saber.

AVALIAR


"(...) conceber e nomear o ' fazer testes', o 'dar notas', por avaliação é uma atitude simplista e ingênua! Significa reduzir o processo avaliativo, de acompanhamento e ação com base na reflexão, a parcos instrumentos auxiliares desse processo, como se nomeássemos por bisturi um procedimento cirúrgico". (Hoffmann, 2000: 53).
Para professores das séries iniciais, penso ser mais fácil avaliar um aluno, pois não precisamos ficar presos somente em instrumentos avaliativos, porque temos um contato mais direto com nossos alunos e podemos acompanhar o seu desenvolvimento e seus altos e baixos.
Tenho como costume observar muito meus alunos, acompanhar o desenvolvimento dos exercícios e trabalhos feitos no caderno e em grupos. Costumo observar o entendimento deles pelas perguntas e participações que fazem durante as aulas, pois neste momento, principalmente quando se introduz algum conteúdo novo é que pode se ter uma dimensão exata da compreensão deles, pois quando vão colocando em palavras seu entendimento é possível perceber que estão compreendendo aquilo que estou falando. Para os mais tímidos, depois de terminada a explicação, faço exercícios no caderno que retome o que foi falado e sempre corrijo o caderno, tendo assim uma idéia do que o aluno entendeu e caso percebo que ele tem dificuldade, aproveito este momento que estamos sozinhos para dar uma explicação sobre aquilo que ele não compreendeu e daí os alunos acabam sentindo-se mais a vontade para perguntar o que não entenderam.
A avaliação, na minha concepção, deve acontecer a todos os momentos, quando esta em sala de aula interagindo com os colegas, na realização de exercícios, na apresentação de trabalhos, em testes para avaliar o que entenderam e na participação durante as aulas. Penso que alem de avaliar o conhecimento é necessário avaliar o crescimento pessoal do aluno, sua maturidade em relação às situações que ele enfrenta durante o ano letivo.
Na escola onde trabalho mais tempo até o ano passado avaliava os alunos com pareceres descritivos o que apesar de dar mais trabalho, permitia avaliar o aluno de uma forma mais global, sem focar a avaliação nos instrumentos avaliativos. Este ano passamos a ter uma nota de ensino globalizado e um parecer, onde colocamos os avanços e as dificuldades encontradas durante o trimestre. Percebo como foi difícil para os alunos no início se depararem com uma nota e como passaram a assumir uma postura competitiva, comparando notas entre si.
Faço avaliações sempre que termino um conteúdo para poder ter uma dimensão daquilo que o aluno aprendeu e se posso avançar no conteúdo ou tenho que reforçar mediante explicação ou exercícios de fixação.
A avaliação é utilizada como um diagnóstico e também para constar no boletim, já que é uma determinação das escolas onde trabalho, portanto, realizo provas, testes, trabalhos escritos e orais, desenhos, produções textuais e etc., para chegar a uma nota para constar nos boletim.
Acredito que é possível utilizar a avaliação para realmente avaliar o aluno e não classificá-lo. Avaliar ele como um todo e não somente centrando todo um ano letivo em alguns instrumentos de avaliação que não irão nos dar uma dimensão das reais capacidades do aluno, somente da sua capacidade de memorização. A avaliação não deve ter um caráter punitivo e sim ser prazerosa, proporcionando ao professor uma oportunidade de conhecer o seu aluno, suas atitudes, seus valores, sua participação, seu interesse, sua vivência e experiência, seu relacionamento, seu espírito de iniciativa, sua postura, respeito e tantos outros atributos, além do seu desempenho intelectual.

domingo, 22 de novembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO DE MARTHA KOHL DE OLIVEIRA


O texto feito pela professora Marta Kohl de Oliveira retrata de maneira muito precisa a situação dos freqüentadores da Educação de Jovens e adultos, traçando um perfil de quem realmente são estas pessoas e os problemas enfrentados por elas, bem como os motivos que os levaram a adiar os seus estudos por tanto tempo.
É de extrema importância que se possa traçar este perfil, pois se faz necessário conhecer o material humano que se terá nas mãos para se fazer um trabalho de qualidade e que principalmente possa respeitar estas características individuais, bem como a história e trajetória destes alunos jovens e adultos.
“Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries do ensino supletivo. (...) Não é também o adolescente no sentido naturalizado de pertinência a uma etapa biopsicológica da vida. Como o adulto anteriormente descrito, ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana.”(Marta Kohl de Oliveira pag. 59 e 60)
Neste trecho a autora descreve tantos os adultos quanto os jovens que procuram a EJA para completar os seus estudos e da mesma forma em que condições ambos chegam e as principais características deles para que o professor que trabalhar com ambos possa ter uma idéia de qual a melhor forma de trabalhar com estes dois segmentos.
Muitas vezes os adultos não conseguem completar os seus estudos na época certa por diversos motivos e depois de muito tempo são obrigados a voltar em função dos filhos que necessitam de uma ajuda na hora dos estudos e estes pais não se vêem capazes de ajudá-los ou o mercado de trabalho que exige cada vez mais estudo e qualificação dos seus empregados. Já os adolescentes que recorrem a esta modalidade de ensino são aqueles que passaram por sucessivas reprovações e que se sentem desmotivados em freqüentar uma classe regular por estarem fora de idade e por cada vez mais ficar evidente que possuem dificuldades de aprendizagem e não se encaixarem mais em uma metodologia mais voltada para crianças e eles já serem adolescentes.
“O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação à inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem.” (Marta Kohl de Oliveira pag. 60 61)
Apesar de muito se falar que a criança ao entrar na escola ela já apresenta uma leitura do mundo que precisa ser respeitada, o adulto que ingressa na EJA possui uma história de vida muito maior e mais longa e já possui percepções sobre sua própria aprendizagem que as crianças não possuem.
A EJA deve ser pensada de uma forma que se respeite esta história e que tenha metodologias e material adequado para o ensino de adultos da mesma forma como os professores devem preparar-se para lidar com situações e problemas diferentes daqueles encontrados em salas de ensino regular.
“... processo de exclusão da escola regular é o fato deque a escola funciona com base em regras específicas e com uma linguagem particular que deve ser conhecida por aqueles que nela estão envolvidos.”
Este trecho serve para reforçar as falas do parágrafo anterior, pois ele nos diz como é importante uma linguagem específica para trabalhar com adultos. A volta tardia para a escola já vem muitas vezes acompanhada de uma sensação de fracasso, onde o adulto volta à estudar vários anos depois de ter abandonado a escola, depois de uma jornada de trabalho e ainda os problema e responsabilidade com sua família e emprego. Para tanto se faz necessário uma linguagem adequada e muita motivação para que este adulto diante da primeira dificuldade ou crise não abandone mais uma vez seus estudos.
“A pergunta básica que pode ser formulada a esse respeito é a seguinte: há ou não diferenças no funcionamento psicológico em geral, e no funcionamento cognitivo em particular, de sujeitos pertencentes a diferentes grupos culturais? No caso específico aqui examinado, os jovens e adultos de que nos ocupamos, enquanto sujeitos de conhecimento e aprendizagem, operam de uma forma que é universal ou que é marcada por uma pertinência cultural específica?”
Acredito que não exista qualquer diferença cognitiva, pois todos têm as mesmas condições físicas de aprender, o que pode existir são outros fatores que possam impedir a pessoa de aprender o que é ensinado, mas estes aspectos nada têm a ver com seus grupos sociais ou a uma etnia específica.
“Todos são inteligentes, todos pensamos de forma adequada, já que os mecanismos do psiquismo são universais. Paradoxalmente, o contexto, a cultura, a história, que parecem ser tão proeminentes nessa abordagem que busca romper com o etnocentrismo, seriam componentes quase que acessórios, que apenas permitem, favorece, promovem a emergência daquilo que está posto como possibilidade psicológica de todos os seres humanos.” (Oliveira, 1997, p. 52)
Segundo a autora as diferenças culturais podem apenas favorecer ou promover a aprendizagem, mas os mecanismos do psiquismo são universais e não são diferentes de uma cultura para outra.
“A escola voltada à educação de jovens e adultos, portanto, é ao mesmo tempo um local de confronto de culturas (cujo maior efeito é, muitas vezes, uma espécie de “domesticação” dos membros dos grupos pouco ou não escolarizados, no sentido de conformá-los a um padrão dominante de funcionamento intelectual) e, como qualquer situação de interação social, um local de encontro de singularidades.”
A EJA possui suas particularidades e como em qualquer modalidade de ensino vão existir os confrontos de culturas, onde sempre a minoria terá que seguir o que a maioria decidir como o certo, é um local de interação onde várias pessoas estarão convivendo por um longo período de tempo juntas e um local onde várias pessoas estarão coexistindo com as suas diferenças.
Todos estes aspectos devem ser levados em consideração para que a EJA possa se tornar um lugar onde as pessoas que a procuram possam encontrar aquilo que almejam, pois depois de uma jornada de trabalho muitas vezes dupla (casa e trabalho) o estudante de EJA busca uma resposta rápida e objetiva para seus problemas e para isso é necessário que se conheça todo o contexto deste aluno que não quer mais perder tempo e que busca na EJA a recuperação dos seus estudos, sua auto estima e talvez uma condição de vida melhor e diferente.

FILME O MENINO SELVAGEM


A história contada no filme “O Menino Selvagem” possui alguma relação com a história dos surdos, pois da mesma forma como o menino era considerado uma aberração, muitos surdos de tempos mais antigos também eram vistos desta forma, sendo classificados como intelectualmente inferiores e incapazes.
O menino Victor do filme, por ter sido abandonado ainda criança na mata aprendeu a viver no ambiente ao qual foi destinado e onde aprendeu a conviver com animais e as plantas da floresta. No caso dos surdos é de extrema importância que eles possam conviver com outros surdos para que possa adaptar-se da melhor forma possível ao seu ambiente e assim se inserir em uma cultura. O Menino Selvagem foi um resultado do mundo onde foi inserido, ou seja, do ambiente entre animais onde assimilou o modo de vida deles. Da mesma forma o surdo desde cedo deve ser estimulado e ensinado para que mais rapidamente ele possa se adaptar ao mundo em que vive.
Uma criança surda se não for estimulada a se comunicar de alguma forma ela também se sentirá só e inadequada ao ambiente que a rodeia sem poder usufruir das inúmeras coisas que foram conquistadas através dos tempos, pois antes não existiam escolas, nem uma linguagem especial e apropriada para se comunicarem. Em certa época a linguagem de sinais foi proibida por ser considerada que assim os surdos não iriam desenvolver sua voz e que usavam os sinais, pois tinham preguiça de aprender a falar.
O menino Victor se for considerado o estágio inicial teve uma grande evolução, mas perto do que ainda tinha para aprender as inúmeras conquistas que teve acabaram tendo um caráter ínfimo, o que acabou fazendo com que fosse considerado inapto a aprender. Grandes partes das conquistas do menino aconteceram a partir do momento em que ele estabelece um vínculo afetivo com as pessoas que convivem com ele.
O menino selvagem foi retirado de um ambiente que conhecia e inserido em outro totalmente diferente entrando em contato com coisas até então desconhecidas por ele.
A história dos surdos passa também por vários estágios e etapas, assim como a história do menino do filme. Até o final da Idade Média os surdos foram muito discriminados, sendo inclusive classificados pela igreja católica como pessoas que não possuíam alma imortal por não conseguirem proferir os sacramentos.
A partir da Idade Moderna que se inicia algum tipo de pesquisa a respeito deste tema inclusive a criação de algumas escolas para surdos. O preconceito continua o mesmo, onde famílias continuam a esconder seus filhos por terem vergonha da sua condição.
Esta história serve como um alerta da necessidade de ter cuidado ao se trabalhar com uma criança que tenha necessidades especiais, pois o doutor do filme em um caráter empírico foi realizando experiências com o menino, que apesar de terem conseguido algum resultado também não respeitaram uma série de etapas que para aquele menino talvez fizessem a diferença, pois ele simplesmente retirou o menino do seu mundo e apresentou outro completamente diferente sem respeitar o que o menino sabia ou conhecia da mesma forma que introduziu letras e palavras de uma forma abstrata e pouco significativa. O menino do filme acabou se tornando inadequado para o mundo onde foi inserido e sem os instintos que o possibilitavam viver na floresta, pois já estava humano demais para voltar.
Da mesma forma penso a inclusão, tão em moda hoje em dia e muitas vezes de uma forma errada sem respeitar a individualidade dos incluídos que por muitas vezes podem se ver excluídos pelos outros e também serem trabalhados de uma forma errada que não respeite a individualidade destas pessoas e quem sabe mais prejudicar do que ajudar. Penso que é muito importante que os surdos possam freqüentar uma escola especializada onde possam conviver com outros surdos e assim poderem estabelecer trocas e criarem uma comunidade onde possam conviver de uma forma harmônica.

EDUCAÇÃO DE SURDOS


“Se não tivéssemos voz, nem língua, mas apesar disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros, não deveríamos, como as pessoas que hoje são mudas, nos empenhar em indicar o significado pelas mãos, cabeça e outras partes do corpo?”
(Filósofo Sócrates)
A luta pela inclusão educacional é questionada por muitos surdos devido a estes permanecerem sob o poder de professores ouvintes, dentre os quais, muitos não possuem o domínio da Língua de Sinais. Surge então uma exclusão no que se refere à efetiva participação e autonomia do aluno surdo em aula, mascarada pelo conceito de inclusão (MOURA 2000).
O ouvinte não tem uma dimensão do mundo e da cultura do surdo, não sabendo muitas vezes de que forma se processa o aprendizado destas pessoas e também sem entender que muitas vezes o que se chama de inclusão hoje em dia pode acabar virando uma exclusão, pois o aluno está inserido no mundo dos ouvintes, sem muitas vezes ter uma compreensão do que se passa ao seu redor e sem ter um conhecimento da Língua Portuguesa, da sua estrutura e também por vezes sendo dono de um vocabulário tão reduzido que é incapaz de escrever um simples bilhete.
Acredito que é de extrema importância que as escolas que recebem os surdos tenham a preocupação de darem toda a estrutura para que eles necessitem para realmente aprenderem, respeitar a língua de sinais como sua primeira língua e o estudo da Língua Portuguesa como seu segundo idioma. O estudo da Língua Portuguesa como forma de acesso de qualidade aos conteúdos curriculares, leitura e escrita, sem depender da oralidade.
Além disso, é muito importante que a aula seja ministrada por um professor surdo, pois este além de servir como um modelo de adulto surdo tem também um conhecimento da cultura surda, maior intimidade com a língua de sinais criando assim um ambiente propício para a aprendizagem, pois assim os alunos terão uma intimidade e um vínculo maior com o professor, ainda mais que muitos alunos surdos possuem pais ouvintes que não possuem uma boa comunicação com os filhos devido à barreira da linguagem.
Uma mudança já parece se desenhar com a inclusão da Língua de Sinais nos cursos de licenciatura, onde os futuros professores têm um conhecimento maior da cultura surda, dos processos de aprendizagem do aluno surdo e conhecimentos elementares da língua o que pelo menos dá uma visão diferente ao professor na hora de ensinar o aluno e uma compreensão do seu mundo e modo de aprender.

TRABALHO DE CAMPO


OS ALUNOS DA EJA

Componentes: Grace Kunst, Magali Capeletti, Rozane Pastório e Susana da Silva.

METODOLOGIA: Para a realização desta pesquisa foram feitos questionários abordando vários aspectos da vida dos estudantes entrevistados. A entrevista foi feita pessoalmente, na própria escola onde os estudantes tem suas aulas Foram abordadas questões sócio demográficas, sócio-culturais e sócio-cognitivas.


DISCUSSÃO: Dos alunos entrevistados a média de idade é de 35 a 45 anos, a maioria parou de estudar para começar a trabalhar e boa parte veio de outras cidades para Sapiranga em busca de emprego. Apenas dois dos entrevistados são produtos excluídos das escolas de Sapiranga, ou seja, nasceram e se criaram aqui na cidade. A grande maioria iniciou seus estudos quando criança, mas devido ao fato de terem que trabalhar, abandonaram os estudos retomando-os somente depois de adultos, graças ao incentivo da família, mas principalmente em função da exigência do mercado de trabalho.

CONCLUSÃO: Mediante a pesquisa feita foi possível perceber que os relatos de vida dos estudantes, as dificuldades apresentadas e as mudanças ocorridas a partir do momento em que voltaram a estudar, assemelham-se com o perfil descritos por Martha Kohl em seu texto “ Jovens e Adultos como sujeitos do conhecimento e da aprendizagem”: “Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries do ensino supletivo.( Martha Kohl). A realidade que encontramos é semelhante com a descrita pela autora, os adultos abandonaram os estudos quando criança retomando tardiamente por alguma imposição da vida.

BIBLIOGRAFIA:
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.

TEMAS GERADORES


Assim como Frei Britto em seu texto Paulo Freire: a leitura do mundo, diz: “ Ivo aprendeu com Paulo que, mesmo sem ainda saber ler, ele não é uma pessoa ignorante. Antes de aprender as letras, Ivo sabia erguer uma casa, tijolo a tijolo. O médico, o advogado ou o dentista, com todo o seu estudo, não era capaz de construir como Ivo. Paulo Freire ensinou a Ivo que não existe ninguém mais culto do que o outro, existem culturas paralelas, distintas, que se complementam na vida social. Ivo viu a uva e Paulo Freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto que Ivo extrai o pretexto para agir. No início, meio e fim do aprendizado é a práxis de Ivo que importa. Práxis-teoria-práxis, num processo indutivo que torna o educando sujeito histórico.”
No momento que a aprendizagem torna-se algo significativo para o aluno ele com certeza irá aprender com mais facilidade, pois poderá relacionar o que aprende com a sua realidade e consequentemente saber como encaixar este novo aprendizado na sua vida. Irá criar uma relação entre o concreto e o abstrato e o aluno conseguirá entender e aprender.
No caso do adulto, mais ainda se faz necessário uma aprendizagem voltada para a realidade deste trabalhador e principalmente que estabeleça uma relação entre a sua vida e o objeto de estudo. O adulto que está procurando aprender depois de muito tempo tem algum objetivo em mente, algo que procura concretizar com a ajuda do seu estudo e portanto o ensino deve ser mais significativo ainda para estimular este estudante a seguir em frente sem desistir e principalmente sabendo que o que está estudando tem relação com ele e com sua vida e que futuramente poderá aplicar na prática o que estudou.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

NARRATIVA INFANTIL


Trabalho com 3ª e 4ª série, com idades que vão de 9 a 13 anos, percebo que durante as suas narrativas, mesmo já não misturando a fantasia com a realidade, a palavra falada não é suficiente para contar a história, eles necessitam além das palavras, muitos sons, vários gestos e uma coleção de caras e bocas. Nesta idade é possível perceber que as suas histórias possuem um sequência, elas têm início, meio e fim, o que muitas vezes não acontece com as crianças menores que não tem o mesmo desenvolvimento narrativo das crianças maiores.
Nós adultos também nos entregamos a uma história nos envolvendo de tal forma que muitas vezes não conseguimos separar a verdade da ficção, pois muitas vezes é possível perceber isso quando vemos adultos falando ou agindo da mesma forma que algum personagem de novela, filme ou livro.
Penso que é de extrema importância que as crianças sejam estimuladas a falar, contar histórias, deixar a sua imaginação voar alto, pois através deste exercício de narrar, contar algo ou criar narrativas as crianças vão desenvolvendo sua imaginação e principalmente sua expressão oral e sua visão sobre as coisas.

domingo, 4 de outubro de 2009

RELAÇÃO ENTRE TRABALHO E OS ESPAÇOS DE EJA


Em sua opinião, qual é efetivamente a relação existente entre educação e trabalho quando se pensa sobre os espaços da EJA?

A educação de adultos é uma necessidade tanto na comunidade como nos locais de trabalho. À medida que a sociedade se desenvolve novas possibilidades de crescimento profissional surgem, mas, por outro lado, exigem maior qualificação e constante atualização de conhecimentos e habilidades.
O investimento em capital humano realizado pelas empresas procura provocar, intencionalmente, um processo de aumento dos padrões de competitividade e de produtividade no setor industrial. Dessa forma, a educação em empresas e pelas empresas vem se constituindo como uma alternativa para a manutenção da competitividade, tanto interna como externamente. E, ainda, ao participar de projetos educacionais, sejam eles enfatizando ações voltadas para a necessária redução dos índices de analfabetismo, seja por meio de programas de (re) qualificação profissional, as empresas estão ampliando suas possibilidades de reconhecimento nos padrões de qualidade total via a oferta educacional.
No que se refere ao acesso e permanência do trabalhador na escola, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/96 – determina que:
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
(...)
VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII- oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola.
Art. 37 A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
O que vemos acontecer é que apesar de estar assegurado o direito do jovem e adulto de estudar, percebe-se que a oferta não é tão grande assim por parte do poder público de proporcionar a estes estudantes uma escola que atenda os interesses destas pessoas e proporcionem qualificação. Vemos muitas empresas oferecendo a seus estudantes o ensino que seria obrigação do poder público para poder promover a qualificação destes trabalhadores.

CULTURA SURDA



Não conheço nenhuma pessoa surda e nunca tive contato com nenhuma, mas diariamente quando pego ônibus sempre vejo alguns jovens que também pegam ônibus que estudam na Escola São Mateus e sempre os observo conversando entre eles, com seus movimentos rápidos, suas expressões faciais e os gritos e risadas que ocasionalmente produzem, causando muito espanto nas pessoas que não estão acostumadas a ver surdos se comunicando.
Na verdade nunca pensei sobre esta questão de como faria para conversar com uma pessoa surda, mas com certeza se me visse obrigada e necessitada de me comunicar com uma tentaria escrever algo para que ela pudesse ler ou tentaria falar esperando que ela pudesse ler meus lábios, mas a única forma de eu entende-la seria se ela escrevesse o que quer dizer. Talvez por insegurança ou medo de não ser compreendida nunca me senti a vontade de tentar me comunicar com uma pessoa surda.

A questão de se colocar na posição do outro (do surdo) perpassa as questões identitárias e nos informa (pelo menos a meu ver) que os surdos não querem ser narrados pelos ouvintes.
PERLIN (1998: 57): é preciso manter estratégias para que a cultura dominante não reforce as posições de poder e privilégio. É necessário manter uma posição intercultural mesmo que seja de riscos. A identidade surda se constrói dentro de uma cultura visual. Essa diferença precisa ser entendida não como uma construção isolada, mas como construção multicultural.

"A chave para uma boa comunicação com uma pessoa surda é o claro e apropriado contato visual. É uma necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o olhar e interromper o contato visual. E como captar a atenção de um surdo? Em vez de usar o nome da pessoa é melhor dar um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa estiver perto, ou se estiver distante, fazer um sinal com a mão para outra pessoa chamar a atenção dela. Dependendo da situação, podem-se dar umas batidinhas no chão ou fazer piscar a luz. Esses e outros métodos apropriados de captar a atenção dão reconhecimento à experiência dos Surdos e fazem parte da cultura surda. Para aprender bem uma língua de sinais, precisa-se pensar nessa língua. É por isso que simplesmente aprender sinais de um dicionário de língua de sinais não seria útil em ser realmente eficiente nessa língua. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia — os surdos. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais."( Wikipédia )

Alfabetização e a pedagogia do empowerment político


“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. Paulo Freire


Como movimento social, a alfabetização estava presa às condições materiais e políticas necessárias para desenvolver e organizar os professores, os agentes comunitários e outros, dentro e fora das escolas. Isso era parte de uma luta maior pelas ordens de conhecimento, valores e práticas sociais que deveriam, necessariamente, prevalecer para que a luta pela instauração de instituições democráticas e de uma sociedade democrática tivesse êxito. Para Gramsci, a alfabetização tornou-se um referente e uma modalidade de crítica para o desenvolvimento de formas de educação contra-hegemônicas em torno do projeto político de criar uma sociedade de intelectuais (no sentido mais amplo do termo) que pudesse captar a importância de desenvolver esferas públicas democráticas como parte da luta da vida moderna no combate à dominação, bem como tomar parte ativa na luta pela criação das condições necessárias para tornar as pessoas letradas, para dar-lhes uma voz tanto para dar forma à própria sociedade, quanto para governá-la.
Refletindo sobre o texto lido e relacionando com a leitura de didática é possível chegar à conclusão que não é do interesse dos governantes terem cidadãos críticos capazes de contestar suas medidas, por isso talvez que o apoio a educação seja tão pouco e as medidas alusivas a educação demorem sempre tanto a serem promulgadas e quando são acabam retrocedendo ao invés de avançar um nível.
Para Paulo Freire o processo de alfabetização é um projeto político no quais homens e mulheres afirmam o seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas a possibilidade de erguer suas vozes na releitura desse mundo. Freire expressa a importância do respeito por parte do educador em relação à leitura de mundo do educando, não somente pela oportunidade de melhor conhecer o nível cognitivo e afetivo e a sua situação existencial, mas o de reconhecer que o saber que traz à escola tem relevância cultural, social e histórico. A leitura de mundo revela também a inteligência de cada um nesse processo de viver o mundo. Respeitar a leitura de mundo não é uma tática em que o educador procura ser mais simpático ao educando, é uma concepção democrática de construir o currículo na qual se revela que o “saber de experiência feito” e a curiosidade que o aluno traz à escola serão o ponto de partida para ir mais além, e nunca o ponto de chegada.

Educação, trabalho e currículo integrado


As novas necessidades econômicas requerem indivíduos melhor formados e informados, mais criteriosos e exigentes, o que consequentemente recai sobre a educação dos mesmos. A sociedade atual exige um novo trabalhador para fazer frente a estas transformações, capaz de pensar e agir de maneira mais dinâmica e eficaz, estando em constante aperfeiçoamento pessoal e profissional. Com isso a escola é desafiada em relação às situações imposta a formar este novo trabalhador para agir criticamente na sociedade, priorizando a formação de capacidades intelectuais, como forma de prepará-los criticamente para enfrentar as transformações da atualidade. Nesta perspectiva, a formação cidadã surge como estratégia de formação do aluno como cidadão - critico reflexivo e dinâmico, capacitado intelectualmente e profissionalmente para atender as exigências do mercado, podendo vir a atuar e transformar efetivamente a sociedade. Na sociedade altamente competitiva em que vivem as pessoas de hoje, precisa-se da aplicação de novos conhecimentos, porque aqueles que estiverem munidos com melhores instrumentos para enfrentar os desafios do dia a dia tanto nos estudos quanto no trabalho terão mais chances de sobreviverem às novas relações sociais impostas pela sociedade que acabam provocando a exclusão econômica, política e cultural. As profundas e rápidas mudanças que ocorrem no atual momento da civilização têm levado muitas pessoas a experimentarem, com frequência, insegurança e mal estar, sentindo-se desajustados. “Para produzir mais era preciso aumentar simultaneamente o consumo, o que obrigou a elevar os salários de trabalhadores e trabalhadoras, que também tinham que se converter em consumidores. Começa-se a conceder importância ao trabalho em equipe, frente ao trabalho individual dos modelos tayloristas e fordistas.” (SANTOMÉ, Jurjo Torres).

domingo, 13 de setembro de 2009

Relação entre fala e escrita



Apesar de haver relações entre fala e escrita, o ato de escrever é muito diferente do ato de falar. E a grande diferença está principalmente no fato de o interlocutor estar presente na hora da fala e ausente no momento em que escrevemos.
Quando falamos, qualquer problema na interpretação ou compreensão pode ser imediatamente solucionado através de uma interrupção de quem nos ouve; além do que, quando conversamos ou somos ouvidos, outros fatores ajudam a sermos compreendidos, como por exemplo: gestos, expressões faciais, tons de voz que completam, modificam e reforçam o que dizemos.
No momento de escrever, estes fatores que nos ajudam a ser compreendidos na fala nos faltam e muitas vezes não sabemos se através do que escrevemos seremos compreendidos e nossas intenções serão alcançadas.
Muitas vezes ao corrigir as redações de meus alunos me deparo com algumas expressões típicas de histórias em quadrinhos, onomatopéias, pois eles sentem a necessidade de incluir para ilustrar um acontecimento que com certeza se fosse falado seria acompanhado deste barulho, de alguns gestos e de muitas caras e bocas. Nestes momentos explico que existe uma diferença entre escrever e falar e que na escrita existem algumas regras que devem ser respeitadas, mas que é possível sim colocar diálogos nos textos, mas que devem ser respeitadas as regras da escrita. Outra coisa que muitas vezes acabam aparecendo são as abreviações de palavras muito usadas no MSN.
Devemos proporcionar aos alunos diversos tipos de leituras e textos para que eles possam entrar em contato com estes vários tipos de leituras, valorizar a oralidade dos alunos e ir introduzindo aos poucos a regras da linguagem escrita no cotidiano escolar deles sem desvalorizar aquilo que eles forem produzindo. Acredito que desta forma aos poucos é possível fazer com que o aluno compreenda a diferença que existe entre a fala e a escrita se desestimular nenhuma das duas.

Contribuição de Comênio



Comênio acreditava que para uma criança aprender o ensino deveria ser prazeroso e que era mais fácil aprender utilizando os sentidos na aprendizagem das coisas, portanto, acredito que este material era utilizado para que as crianças da época tivessem como visualizar as palavras ou ações daquilo que estavam aprendendo a ler e com isso tendo mais facilidade de memorizar e principalmente conhecendo um pouco do mundo através destas gravuras. É bem parecido com aquilo que fazemos hoje em dia, só que com mais recursos tecnológicos, pois muitas vezes o aluno consegue entender muito mais quando está visualizando aquilo que está sendo explicado, então além de usar sua audição para ouvir as explicações dadas ele também conta com a visão para ajudar nesta compreensão.

Sempre quando se inicia um ano letivo uma das coisas que se faz é sondar o aluno, ver o que ele já sabe, conhecer um pouco da sua vida para que a partir daí seja possível ver qual o método de ensino mais eficaz para aquela turma ou aluno.

Assim como Comênio também acredito que um bom relacionamento entre professor e aluno é primordial para que o aluno consiga desenvolver uma boa aprendizagem, pois assim mesmo não entendendo algo ele terá a abertura para perguntar e esclarecer as suas dúvidas.
Comênio pregava o ensino igual para todos, homens e mulheres e grupos sociais diferentes. Acredito que em sala de aula não se faça distinção nenhuma quanto a isso, mas sabemos que muitos grupos sociais não têm acesso à escola, principalmente por fatores econômicos.
Comênio pregava o realismo no ensino, ou seja, a partir dos sentidos, através de uma interação do aluno com os objetos estudados. Na maioria das vezes é o que procuro fazer, seja através de experiências, passeios, filmes, computador e etc., pois além de entender melhor o aluno também está vivenciando aquilo que está estudando e entrando em contado com algo diferente do que somente escrever, ler e copiar.
Muitas das idéias de Comênio, apesar de terem sido feitas e pensadas há muitos anos, são muito usadas e difundidas nas escolas de hoje em dia.

O menininho



Este aluno precisa ter sua autoconfiança resgatada, pois ele precisa redescobrir o seu jeito e a sua identidade, do tempo em que considerava os seus trabalhos mais bonitos que os da própria professora.
As crianças criativas precisam, antes de tudo, ter o valor dos seus talentos reconhecidos, dando-lhes condições para lidar com as provações e fracassos que surgirão naturalmente ao longo da vida. Se tiverem encorajamento e permissão para explorar, experimentar e testar suas idéias através de projetos de sua própria iniciativa, assumindo responsabilidades, encontrará provações e fracassos, podendo enfrentá-los sem dificuldade.
Para resgatar a criatividade demonstrada pelo menininho é preciso desenvolver as potencialidades dele, utilizando os recursos que favorecem não só a aquisição de conhecimento, mas, sobretudo, a expansão e a afirmação da personalidade dele, podendo ser desenvolvida a capacidade criadora e canalizar para outras atividades, não somente de Artes, mas na produção de textos, nas brincadeiras e na sua expressão oral.

Procuro sempre valorizar a iniciativa e estimulo a autonomia dos alunos para principalmente cuidarem se suas coisas, como material, cadernos e da sua própria rotina escolar (irem ao banheiro para lavarem as mãos, comprarem o seu lanche, trazerem os trabalhos nas datas marcadas, o respeito às regras estabelecidas, etc.).
Normalmente as atividades que dou, muitas vezes são dadas com um tema e, então deixo que desenvolvam conforme suas habilidades e seu gosto pessoal.
Trabalho com produções textuais, desenhos, música, dramatizações, produções artísticas diversas, onde os alunos possam mostrar a sua criatividade sem minha interferência.
Uma das coisas que falo muito e cobro bastante de meus alunos é que eles pensem, analisem que possam ir além daquilo que está escrito e das coisas que vêem e ouvem em um filme ou na própria televisão. Quero que eles possam se posicionar diante de um assunto, dar sua opinião. Mesmo sendo alunos de 3 e 4ª série, procuro sempre trabalhar esta questão da analise e da opinião pessoal.
Penso que se conseguir isso dos meus alunos eu ficarei muito feliz, pois dessa forma eles poderão agir com mais autonomia e principalmente desenvolver sua criatividade.
Não sei se isso é uma marca pedagógica, mas é algo que busco e batalho com todas as turmas pelas quais eu passo, muitas vezes conseguindo bons resultados, outras tantas ficando frustrada, mas sempre tentando.





domingo, 12 de julho de 2009

Entre os Muros da Escola

Marin se apresenta como um professor dedicado que, entretanto, esbarra na resistência à cultura escolar por parte de seus alunos, bem como nos conflitos presentes em uma turma composta, em sua maioria, por alunos oriundos de famílias imigrantes. Esses conflitos e resistências aparecem, continuamente, na sala de aula, envolvendo Marin e seus alunos e, muitas vezes, os próprios alunos entre si. Representação de racismo disputa entre identidades nacionais e preconceito de classe são comuns nesse espaço, e acontecem em todas as instâncias da escola. . Segundo Marilene Leal o negro na maioria das escolas tem baixa auto-estima por ser discriminado e que o índice de evasão entre eles é bastante grande.

A cena escolhida foi quando o professor Marin perde a cabeça e insulta duas alunas chamando-as de vagabundas. Esse incidente termina por gerar uma grande confusão quando um aluno negro se revolta e sem querer acerta a mochila no supercílio de uma colega, fazendo o seu rosto ficar ensangüentado, e termina saindo da sala sem a permissão do professor. Tal incidente vai parar em um Conselho Disciplinar, que é o único resquício de poder que a escola tem e termina com a expulsão do aluno.

Na cena, o professor ofende claramente duas alunas, provoca um tumulto em aula, cria-se uma confusão e o aluno que começa tudo, sai da sala de aula. Resultado disto tudo: o aluno vai a julgamento, a mãe do aluno não consegue falar, o professor que ofende tem direito a permanecer na reunião intimidando o aluno, vota-se a expulsão do aluno sem a presença de sua mãe e dele mesmo.

Esta cena mostra com clareza o que muitas vezes pode acabar acontecendo nas salas de aula, principalmente com os professores que lidam com alunos um pouco maiores, a partir da 4ª série já é possível notar nos alunos esta falta de cooperação e muitas vezes falta de respeito com o professor e qualquer outra figura de autoridade. Estes embates acabam gerando conflitos e muitas vezes o professor por estar sobrecarregado acaba perdendo a cabeça e escolhendo palavras ásperas para se referir a determinados alunos.

O filme retrata também os conflitos próprios da adolescência que concorrem com conflitos de identidade, em confronto com uma tradição educacional presa a pressupostos disciplinares que não dão conta das contradições vivenciadas pelas inúmeras identidades, que não se somam, ao contrário, vive um conflito sem fim.

Os alunos do filme estão à maioria deles, por ser uma turma de 7ª série, entre os 12 e os 15 anos, estando então no estágio das operações formais, estágio este que tem como algumas características:

  • Reflexão existencial (Quem sou eu? O que eu quero da minha vida?).
  • Crítica dos valores morais e sociais.
  • Moral própria baseada na moral do grupo de amigos.
  • Experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo de amigos.

De uns anos pra cá, as novas teorias pedagógicas apontam que o ensino deve ser mais “humano”, ou seja, que o professor deve procurar compreender e estimular os seus alunos, facilitando o processo da aprendizagem, além de respeitar e lidar com as diferenças intelectuais, étnicas, culturais e socais de cada aluno.

Educar moralmente não é segundo Piaget, apenas um ato de implantar valores na criança, mas também, e principalmente, um ato de ajudar a compreender esses valores, tomando consciência deles. Para tanto, é necessário perceber como se dá o respeito às regras e aos valores que norteiam a vida da criança.

Desenvolvimento Moral

Educar moralmente não é segundo Piaget, apenas um ato de implantar valores na criança, mas também, e principalmente, um ato de ajudar a compreender esses valores, tomando consciência deles. Para tanto, é necessário perceber como se dá o respeito às regras e aos valores que norteiam a vida da criança.

No aspecto moral, segundo Piaget, a criança passa por uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia, coincidindo com o "egocentrismo" infantil que vai até aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da moral heterônoma e caminha gradualmente para a fase autônoma.

O quadro abaixo relaciona as atitudes interiores e as fases morais:

ANOMIA

HETERONOMIA

AUTONOMIA

Bagunça

Devassidão

Libertinagem

Dissolução

Medo

Autoritarismo

Imposição

Castigo

Prêmio

Respeito unilateral

Autocracia

Tirania

Cooperação

Amor

Respeito mútuo

Afetividade

Livre-arbítrio

Democracia

Reciprocidade

Lei Causa e Efeito

Trabalho com crianças de 08 a 13 anos o que me dá um grande material para analise. A turma com a qual trabalho na parte da manhã é uma terceira série, com alunos de 8 a 11 anos, todos muito queridos e com poucos problemas de indisciplina, acontecem às vezes alguns desentendimentos entre eles, mas nada que eu tenha que intervir. Todos possuem um comportamento bem infantil condizente com sua idade.

Na parte da tarde possuo uma quarta série, onde as idades variam de 9 a 13 anos, nesta sim tenho muitos problemas de indisciplina e atos de violência tanto física quanto verbal entre eles.

Um dia dois meninos, o Lucas de 13 anos e o Vinícius de 10 começaram a discutir em função de um trabalho em grupo que estavam fazendo e de uma hora para outra o Vinícius deu um empurrão no Lucas que revidou dando um soco no braço do colega. Ambos os alunos já se envolveram em diversas situações parecidas, muitas vezes juntos e em outras ocasiões separados envolvendo outras pessoas.

Lendo o texto, “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?”,de Jaqueline Picetti, ela no leva a pensar que tudo não passa de uma questão de justiça e que as crianças estão aplicando punições entre si de acordo com o que receberam um do outro, mas questiono o seguinte, será que no caso destes meus dois alunos eles estão realmente aplicar a justiça de acordo como pensam ou realmente eles possuem mesmo um comportamento agressivo, até em função da idade, pois um já é um adolescente e outro quase completando 11 anos está na pré adolescência.

Analisando o comportamento destes dois alunos posso chegar a conclusão que são moralmente imaturos, pois ainda estão no estágio da anomia ou egocentrismo, pois ambos sempre revidam de forma agressiva quando acontece algo que os contraria.

Pensando e analisando um pouco estes meninos e outros da mesma turma que também possuem um comportamento assim me pergunto: Será que todos possuem uma imaturidade moral, ou será que existem outros fatores que influenciam além dos seus desenvolvimentos morais?

Na verdade eu penso que além de ser imaturos eu acredito que as influências externas têm muito a ver com o comportamento destes alunos em particular, como a televisão, com seus desenhos e filmes violentos que eles tanto cultuam e principalmente games que não são adequados para idade que muitas vezes eu os vejo comentarem que jogam e tem.

Analisando meus alunos da parte da manhã, muitas vezes acontecem coisas do tipo de um esbarrar no outro e este acabarem revidando, mas tudo dentro de certa normalidade. Percebo também entre eles esta questão de obedecer às regras, muitas vezes sem saber nem porque, mas como foi instituído por alguém cobrar este comportamento dos outros que tenha quebrado ela.

Concluindo, que ao se pensar em uma educação moral, esta deve ser muito refletida, pois, numa primeira instância, devemos tomar conhecimento de como se desenvolve a moralidade na criança, já que esta depende, também, do desenvolvimento cognitivo. É neste contexto, portanto, que devemos conhecer os meios adequados para desenvolver a capacidade do juízo moral na criança.

Ação

Durante a atividade de ação, optei em realizar uma atividade que envolvesse uma ação direta dos alunos, onde através da sua ação sobre os objetos de pesquisa eles pudessem construir seu conhecimento. Estávamos trabalhando o solo e pedi para que analisassem com a ajuda de uma lupa e do tato três amostras de terra (argila, areia e terra preta) para que percebessem a diferença de tamanho das partículas de cada uma. Em seguida utilizando um funil para cada amostra de terra, pedi que os alunos colocassem as amostras de solo uma em cada funil e em seguida despejassem a mesma quantidade de água nos três funis e com isso analisassem o tempo que a água demoraria em passar pelos três recipientes. Depois de concluída esta parte pedi que os alunos em grupo relacionassem o tempo que a água demorou em passar pelas amostras e o tamanho das partículas de solo que eles analisaram.

Analisando esta aula e levando em conta o significado de construtivismo: “a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do Indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.”; posso chegar à conclusão que a aula foi construtivista, pois os alunos construíram o seu conhecimento a partir da ação e da observação que tiveram sobre os objetos de estudo, que neste caso foram as amostras de solo. A partir desta observação e ação que tiveram os alunos concluíram, sem ter nenhum prévio conhecimento sobre o assunto que quanto maior a partícula do solo a água vai passar mais facilmente o que é o caso da areia e quanto menor for à partícula mais tempo vai demorar a água passar, que é o caso da argila. Realmente estes conceitos de permeabilidade da água ficaram bem gravados para os alunos, pois sempre que questionados sobre o assunto os alunos sempre se lembram da experiência que fizeram e conseguem relacionar os conceitos com a prática realizada.

Segundo PIAGET, “o aluno é um sujeito cultural ativo cuja ação tem dupla dimensão: assimiladora e acomodadora. Pela dimensão assimiladora ele produz transformações no mundo objetivo, enquanto pela dimensão acomodadora produz transformações em si mesmo, no mundo subjetivo. Assimilação e acomodação constituem as duas faces, complementares entre si, de todas as suas ações.” Para a epistemologia genética a ação é promotora de aprendizagem. Piaget acreditava que a aprendizagem acontece a partir da ação do sujeito, sendo que essa ação pode ser física ou mental.

Estes dois processos buscam restabelecer um equilíbrio mental perturbado pelo contato com um dado incompatível com aquilo que se conhece até então (princípio de equilibração). No primeiro caso aquilo com que se entra em contato é assimilado por um esquema já existente que então se amplia, no segundo, o dado novo é incompatível com os esquemas já formulados e então se cria um novo esquema acomodando este novo conhecimento. Este novo esquema será então ampliado na medida em que o indivíduo estabelecer relações com seu meio.

No caso da atividade realizada em sala de aula os alunos agiram sobre os objetos e a partir desta ação foram construindo o seu conhecimento. Pois aparentemente para os alunos os solos todos eram iguais somente apontando como diferença a sua coloração, mas a partir de uma analise mais apurada onde puderam ver com mais atenção e principalmente tocar as amostras de solo eles tiveram que mudar este conceito e criar um novo esquema mental e criar um novo conceito: que quanto maior a partícula menos água ela irá reter. Com o tempo os alunos começam a perceber no próprio ambiente onde vivem ou dos lugares que freqüentam as mesmas ações acontecendo.

Como por exemplo, “quando choveu muito e a água ficou empossada, pois o solo era argiloso e como a areia da praia deixa a água do mar passar rápido por ela”. Com estas observações feitas pelos alunos pude perceber que houve a assimilação e a acomodação destes conteúdos construídos a partir da ação dos alunos sobre o objeto de aprendizagem.

domingo, 31 de maio de 2009

MÉTODO CLÍNICO II

Acredito que com esta segunda experiência conseguimos nos sair melhor, pois encaramos com mais segurança e principalmente conseguimos questionar com mais clareza, sem confundir o testado ou influenciar.
Este teste foi mais rápido que o primeiro, feito com a Karina, pois conseguimos conduzi-lo melhor e também porque o Nathan já estava dando como certo que era sempre igual às massinhas e que como eu não acrescentava nem tirava nada estava se impacientando em responder algo que para ele era fato consumado.

Seminário Integrador


Fico muitas vezes me questionando a utilidade de realizar estas postagens, pois nos comentários que recebemos, falo recebemos, pois esta não é somente uma reclamação minha, somos questionadas sobre nossas aprendizagens. Como se as aprendizagens fossem algo que acontecessem instantaneamente, quem me dera, pois assim com certeza teriamos menos trabalho como professoras.

Muitas vezes fui questionada sobre qual a minha concepção sobre o texto que postei, que são as idéias centrais do trabalho que entreguei, mas se fui eu que escrevi, não copiei de ninguém, aquelas idéias e concepções só podem ser minhas ou sejam representam a minha aprendizagem e o meu entendimento do assunto estudado.

Agora como isto mudou minha vida ou meu modo de pensar minha aula, tenho certeza que é algo que não acontece instantaneamente com a obrigação de postar algo novo a cada semana, portanto acredito que seja por isso que vemos tantas pessoas com suas postagens atrasadas, penso que talvez elas esperem que algo novo aconteça e por isso acabam não postando com a velocidade e frequencia requerida pelo curso.

Concepções de índio


Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando as diferenças culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.

Até 1970 os índios não aceitavam esta denominação, considerando-a ofensiva, pois não se enxergavam como iguais e sim como povos diferentes cada qual com sua própria cultura e língua. De pejorativo, o termo índio, passou a ser uma marca identitária capaz de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. É neste sentido que hoje todos os índios se tratam como parentes. O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global.
A partir de então os indígenas perceberam que deveriam se unir em um único povo, sem perder sua identidade para poderem reivindicar seus direitos, pois de donos da terra, passaram a ser tratados como hospedes, perdendo praticamente seu direito de posse da terra para ter que viver em áreas demarcadas pelo governo.
Antes desta união por parte dos indígenas, muitos renegavam suas origens étnicas denominando-se caboclos, pois não queriam se declarar índios e não podiam dizer serem brancos, já que ninguém consegue esconder os traços físicos de sua herança étnica.
“O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. Ser índio não está mais associado a um estágio de vida, mas à qualidade, à riqueza e à espiritualidade de vida. Ser tratado como sujeito de direito na sociedade é um marco na história indígena brasileira, propulsor de muitas conquistas políticas, culturais, econômicas e sociais.” (extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” – Brasília, 2006. Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)
O que se vê agora são indígenas retomando suas tradições e seu modo de vida, tentando resgatar sua identidade cultural a muito perdida e renegada em função do preconceito que existia com sua raça. A transmissão da cultura, das histórias, dos costumes, dos rituais dos mais velhos para as novas gerações vão garantir que esta cultura não morra e que possa ser valorizada pelas novas gerações.
E principalmente a valorização de todos pela cultura indígena e pela contribuição para nossa cultura, que os índios possam ser vistos como seres humanos, como cidadãos brasileiros, com os mesmos direitos e deveres que todos os cidadãos, sejam brancos, negros, asiáticos.
Que o índio possa ser visto como um cidadão capaz de trabalhar e estudar e atuar em qual quer área que se disponha a atuar. Sem que as pessoas tenham os pré conceitos que os índios são preguiçosos e selvagens ou a visão romanceada que são protetores das matas e animais.

“A interculturalidade é uma prática de vida que pressupõe a possibilidade de convivência e coexistência entre culturas e identidades. Sua base é o diálogo entre diferentes, que se faz presente por meio de diversas linguagens e expressões culturais, visando à superação da intolerância e da violência entre indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos.” (Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)

domingo, 24 de maio de 2009

Método Clínico

Quando aplicamos o método clínico de conservação de massa, estávamos somente perguntando quais das duas eram maiores e não perguntando por que ela achava isso, depois iniciamos perguntando o porquê das respostas da Karina ai ela começou a responder que um tinha uma quantidade maior do que a outra, e quando pedi para ela pegar na mão sentir o peso e a forma ele mudou de idéia dizendo serem do mesmo tamanho.
Quanto a nossa atuação, acredito que a prática leva a perfeição, portanto como primeira experiência podemos melhorar muito, pois não conseguimos fazer exatamente igual ao roteiro e estávamos inseguras. Acredito que futuramente aplicando mais vezes o resultado será melhor e conseguiremos perguntar mais e investigar melhor a resposta dada pela criança fazendo mais questionamentos para que a criança possa justificar melhor a sua resposta.
Agora com a próxima atividade, com certeza teremos a chance de rever nossos erros e tentar fazer de uma forma diferente para chegarmos o mais perto possível daquilo que é esperado.

“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)