domingo, 31 de maio de 2009

MÉTODO CLÍNICO II

Acredito que com esta segunda experiência conseguimos nos sair melhor, pois encaramos com mais segurança e principalmente conseguimos questionar com mais clareza, sem confundir o testado ou influenciar.
Este teste foi mais rápido que o primeiro, feito com a Karina, pois conseguimos conduzi-lo melhor e também porque o Nathan já estava dando como certo que era sempre igual às massinhas e que como eu não acrescentava nem tirava nada estava se impacientando em responder algo que para ele era fato consumado.

Seminário Integrador


Fico muitas vezes me questionando a utilidade de realizar estas postagens, pois nos comentários que recebemos, falo recebemos, pois esta não é somente uma reclamação minha, somos questionadas sobre nossas aprendizagens. Como se as aprendizagens fossem algo que acontecessem instantaneamente, quem me dera, pois assim com certeza teriamos menos trabalho como professoras.

Muitas vezes fui questionada sobre qual a minha concepção sobre o texto que postei, que são as idéias centrais do trabalho que entreguei, mas se fui eu que escrevi, não copiei de ninguém, aquelas idéias e concepções só podem ser minhas ou sejam representam a minha aprendizagem e o meu entendimento do assunto estudado.

Agora como isto mudou minha vida ou meu modo de pensar minha aula, tenho certeza que é algo que não acontece instantaneamente com a obrigação de postar algo novo a cada semana, portanto acredito que seja por isso que vemos tantas pessoas com suas postagens atrasadas, penso que talvez elas esperem que algo novo aconteça e por isso acabam não postando com a velocidade e frequencia requerida pelo curso.

Concepções de índio


Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando as diferenças culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.

Até 1970 os índios não aceitavam esta denominação, considerando-a ofensiva, pois não se enxergavam como iguais e sim como povos diferentes cada qual com sua própria cultura e língua. De pejorativo, o termo índio, passou a ser uma marca identitária capaz de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. É neste sentido que hoje todos os índios se tratam como parentes. O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global.
A partir de então os indígenas perceberam que deveriam se unir em um único povo, sem perder sua identidade para poderem reivindicar seus direitos, pois de donos da terra, passaram a ser tratados como hospedes, perdendo praticamente seu direito de posse da terra para ter que viver em áreas demarcadas pelo governo.
Antes desta união por parte dos indígenas, muitos renegavam suas origens étnicas denominando-se caboclos, pois não queriam se declarar índios e não podiam dizer serem brancos, já que ninguém consegue esconder os traços físicos de sua herança étnica.
“O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. Ser índio não está mais associado a um estágio de vida, mas à qualidade, à riqueza e à espiritualidade de vida. Ser tratado como sujeito de direito na sociedade é um marco na história indígena brasileira, propulsor de muitas conquistas políticas, culturais, econômicas e sociais.” (extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” – Brasília, 2006. Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)
O que se vê agora são indígenas retomando suas tradições e seu modo de vida, tentando resgatar sua identidade cultural a muito perdida e renegada em função do preconceito que existia com sua raça. A transmissão da cultura, das histórias, dos costumes, dos rituais dos mais velhos para as novas gerações vão garantir que esta cultura não morra e que possa ser valorizada pelas novas gerações.
E principalmente a valorização de todos pela cultura indígena e pela contribuição para nossa cultura, que os índios possam ser vistos como seres humanos, como cidadãos brasileiros, com os mesmos direitos e deveres que todos os cidadãos, sejam brancos, negros, asiáticos.
Que o índio possa ser visto como um cidadão capaz de trabalhar e estudar e atuar em qual quer área que se disponha a atuar. Sem que as pessoas tenham os pré conceitos que os índios são preguiçosos e selvagens ou a visão romanceada que são protetores das matas e animais.

“A interculturalidade é uma prática de vida que pressupõe a possibilidade de convivência e coexistência entre culturas e identidades. Sua base é o diálogo entre diferentes, que se faz presente por meio de diversas linguagens e expressões culturais, visando à superação da intolerância e da violência entre indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos.” (Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)

domingo, 24 de maio de 2009

Método Clínico

Quando aplicamos o método clínico de conservação de massa, estávamos somente perguntando quais das duas eram maiores e não perguntando por que ela achava isso, depois iniciamos perguntando o porquê das respostas da Karina ai ela começou a responder que um tinha uma quantidade maior do que a outra, e quando pedi para ela pegar na mão sentir o peso e a forma ele mudou de idéia dizendo serem do mesmo tamanho.
Quanto a nossa atuação, acredito que a prática leva a perfeição, portanto como primeira experiência podemos melhorar muito, pois não conseguimos fazer exatamente igual ao roteiro e estávamos inseguras. Acredito que futuramente aplicando mais vezes o resultado será melhor e conseguiremos perguntar mais e investigar melhor a resposta dada pela criança fazendo mais questionamentos para que a criança possa justificar melhor a sua resposta.
Agora com a próxima atividade, com certeza teremos a chance de rever nossos erros e tentar fazer de uma forma diferente para chegarmos o mais perto possível daquilo que é esperado.

“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)




Educação após Aushwitz

"Qualquer debate acerca das metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação. Fala-se da ameaça de uma regressão à barbárie. Mas não se trata de uma ameaça, pois Auschwitz foi a regressão; a barbárie continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram esta regressão" (Adorno)
Para Adorno, a educação deve, simultaneamente, evitar a barbárie e buscar a emancipação humana. Ele questiona a educação autoritária e pensa uma educação emancipatória.
Adorno sustenta a idéia de que a escola deve ser remodelada, ou melhor, ainda, ela deve receber mais recursos e suportes que ajudem na educação de forma geral. Deve-se fazer com que os métodos de ensino nas escolas sejam dinâmicos e proporcionem aos alunos meios para interagirem e se tornarem parte da escola.
Ao falar de educação após Auschwitz Adorno ressalta dois aspectos. O primeiro se refere à educação infantil, principalmente na primeira infância: o segundo está relacionado ao esclarecimento geral, que produz um clima intelectual, social e cultural que impeça tal reprodução.
Na primeira infância ocorre a formação do caráter da criança, por isso é tão importante que hábitos, atitudes e valores sejam bem trabalhados nesta idade, por isso a importância da educação infantil, mas principalmente da consciência dos próprios pais em darem um bom exemplo e servirem de modelo para seus filhos, pois de nada adianta o trabalho da escola se os próprios pais ignoram estes hábitos, atitudes e valores.
Adorno sustenta a tese de que é importante se pensar a cada dia na possibilidade de uma nova Auschwitz. Carregar essa suposta desconfiança e estar historicamente informado a respeito do fato é comprometer-se em criar medidas de prevenção que possam evitar uma nova Auschwitz. E ainda: ignorar tais fatos e afastá-los da história é uma ação digna de condenação, pois mesmo o homem moderno com suas tendências e projetos para o futuro deve se lembrar que sua existência presente é fruto do tempo que passou.
Neste caso é obrigação da escola estudar mais a fundo este episódio e não simplesmente colocá-lo como uma tragédia que aconteceu e que matou milhões de pessoas, mas sim pesquisar os motivos de tal barbárie e quais as suas conseqüências na nossa atual sociedade e além de tudo relacionar com o que acontece nos dias atuais, relacionando com os atos igualmente bárbaros que são praticados principalmente contra as crianças que por serem mais fracas não tem como se defender.
Para concluir esta postagem sobre as idéias do autor, seria interessante analisar qual o papel da nossa sociedade hoje no combate da barbárie. Segundo ele, todas as pessoas hoje, sem qualquer exceção, se sentem mal-amadas, por que não são capazes de amar o suficiente. Com certeza a falta de amor hoje pela pessoa do próximo poderia levar a uma repetição de uma nova Auschwitz. Além deste desamor que permeia nossa sociedade seria importante destacar também a intolerância que é uma conseqüência deste desamor, pois muitas vezes por intolerância são cometidas as piores injustiças e os atos mais injustificados.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Clube do Imperador


"A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre.” Aristófanes


Refletindo sobre a situação do professor, que chegou ao ponto de passar por cima de seus princípios por apostar no menino e mostrar que este também é capaz, fico pensando em quantas vezes nós professores também acabamos apostando em determinados alunos, muitas vezes dando mais atenção e dedicação por achar que eles merecem uma chance e muitas vezes acabamos nos decepcionando e vendo que nossos esforços não foram recompensados ou que não conseguimos deixar nossa marca naquele aluno. Contudo, o filme mostrou tão bem, que aquele professor não conseguiu deixar sua marca naquele determinado aluno, mas depois de 25 anos pode ver que seus outros alunos ainda eram gratos pelas suas instruções e com aqueles ele conseguiu fazer a diferença.
Todos, segundo Paulo Freire, devem ter a consciência da importância da escola e do educador na formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades sociais.
No caso de Sedgewick Bell, o caráter do menino já refletia aquilo que o pai queria moldar no filho, para que este seguisse seus próprios passos, tanto que ele fala para o professor que a função dele é lecionar e o caráter quem iria moldar seria ele próprio, o pai.
Conclui-se com o filme que, por melhor que seja a escola ou o professor, o caráter e a personalidade são moldados pelo “berço” e, no decorrer da vida, os meios podem interferir, porém, o que de fato fica, são os exemplos – bons ou ruins – que recebemos de nossos pais.
Educação de nada serve se não puder ser revertida em crescimento, em desenvolvimento pessoal e coletivo, pois o educador na medida do possível deve educar para as mudanças, buscar a autonomia e a liberdade trabalhando sempre o lado positivo dos alunos a fim de promover suas capacidades de aprendizagem e propiciar uma formação cidadã consciente.

Alunos Negros na Escola



Para o trabalho de questões etnico-raciais na educação procurei entrevistar três meninos, pois como tenho mais convivência com eles me senti mais a vontade para fazer as perguntas a eles do que para alunos maiores como era a minha ideia a princípio.
As perguntas foram às mesmas para os três meninos:
Qual sua etnia?
Os alunos negros responderam que ambos são negros. O menino que se declarou pardo disse ser de origem alemã e negra.
Como você se sente como aluno negro nessa escola?
Todos disseram que sim, pois constantemente recebem apelidos dos próprios colegas que fazem referência a sua cor. Alguns por sinal bem pejorativo, como já tive oportunidade de escutar
O aluno pardo, disse que os colegas o apelidaram de “negão”, já faz muito tempo, mas que ele não é negro, e sim pardo. Este aluno também é obeso e também falou da discriminação que sofre dos colegas por ser gordo e dos apelidos que recebe constantemente dos colegas.
Tenho feito um trabalho desde o início do ano com esta turma em virtude deste mau hábito que eles têm de colocar apelidos nos colegas. Está sendo um trabalho árduo, pois percebo que este hábito é algo que vem da própria casa. Nesta idade os alunos conseguem ser bem cruéis naquilo que falam e muitas vezes não tem a dimensão do quanto conseguem magoar um colega com o que dizem. Sempre procuro passar para eles que uma palavra muitas vezes pode machucar mais que um tapa. Que muitas vezes posso falar algo que magoe meu colega e em seguida pedir desculpas, mas as marcas daquilo que falei já ficaram marcadas na mente do colega e ele não vai esquecer com um simples pedido de desculpas.
Analisando as respostas dos três meninos, todos de alguma forma se sentem inferiozados e discriminados, e isto se reflete no seu desempenho escolar, tanto que um destes meninos que se declarou negro já está três anos na 4ª série e está totalmente desestimulado para estudar.
Quando li o texto de Marilene Leal Pare percebi que o que acontece com estes meninos tem a ver com a realidade da maioria dos negros, pois o negro na maioria das escolas tem baixa auto-estima por ser discriminado e que o índice de evasão entre eles é bastante grande. Fala, ainda, que em muitas escolas a questão não é tratada e permanece o silêncio. Na nossa escola estamos tratando isso da melhor forma possível, falando com toda a turma, tentando conscientizá-los que o que importa não é a aparência exterior, mas sim a honestidade e a vontade de fazer o certo que as pessoas têm, é o que realmente vale.
Não é possível permitir que isso ainda aconteça, pois os direitos são iguais a todos e principalmente, porque somos seres humanos, ou seja, temos a capacidade de pensar e discernir o certo do errado. A aprendizagem do aluno afro descendente não pode ficar prejudicada, pois Educação não tem cor.