domingo, 12 de dezembro de 2010

O PORQUÊ DA ESCOLHA?

Durante o estágio realizado com uma turma de 4º ano de uma escola da rede estadual, foram muitas as ocasiões em que utilizei as mídias e as tecnologias como um recurso para complementar as aulas e para estimular o interesse dos alunos. Busquei aproximar as atividades escolares do mundo em que a maioria dos alunos vive, na medida em que tem acesso a DVDs, jogos de vídeo-game, computadores, máquinas fotográficas e celulares.
No início do curso de Pedagogia, um dos primeiros desafios foi justamente a apropriação das tecnologias, principalmente no que diz respeito às maneiras mais adequadas de integrá-las às práticas pedagógicas. Neste sentido, minhas dificuldades referem-se ao atendimento da turma e que se expressam nas dúvidas: o que fazer? Como atender a todos? E o principal: quais as atividades mais apropriadas para realizar com os alunos?
Segundo Almeida (2008, p.4):
Não se trata de didatizar ou escolarizar as mídias, mas, de gerar uma discussão sobre a necessidade de se formar uma massa de educadores e educandos espectadores com sensibilidade crítica para selecionar e interpretar sobre aquilo que assistem e capazes de trabalhar questões relativas à sociedade também no âmbito escolar.

Para tanto, é necessário compreender o que são mídias e tecnologias. Segundo do dicionário Aurélio Online (2010) o significado de mídias é:
Qualquer suporte de difusão de informações (rádio, televisão, imprensa escrita, livro, computador, videocassete, satélite de comunicações etc.) que constitua simultaneamente um meio de expressão e um intermediário capaz de transmitir uma mensagem a um grupo.

Ampliando esta definição, o termo tecnologias compreende os recursos que (diferente da TV, rádio, cinema, imprensa) permitem a circulação multidirecional das informações, possibilitando que todos interfiram nas mensagens que transitam pela rede.
Desta forma, enquanto as “velhas mídias” dos meios de comunicação de massa – rádio, cinema, imprensa e televisão – são consideradas veículos unidirecionais de informação por meio dos quais a mensagem percorre apenas uma direção – do emissor ao receptor – as novas tecnologias propiciam o diálogo entre esses dois pólos da comunicação, possibilitando que ambos interfiram na mensagem. (MORAES; DIAS e FIORENTINI, 2006, p.2)

Atualmente, muitos alunos vivem em contato constante com as mídias e as tecnologias, portanto cabe a nós professores a utilizarmos de maneira mais adequada para a complementação do trabalho realizado. Deste modo, será mais fácil captar o interesse dos alunos que possuem mais experiência e também proporcionar aos demais uma maneira diferente e interativa de aprender algo novo.
Mesmo sabendo o interesse que os alunos têm por este tipo de recurso, penso que é necessário usá-lo como um complemento, uma ferramenta que vise o aprendizado, pois o uso indiscriminado destes recursos acaba banalizando-os, sendo que o objetivo deles é ser um algo a mais.
Um dos objetivos principais do uso das tecnologias no ambiente escolar é, em minha opinião, a interação dos alunos e professores que se materializa nas diversas atividades das quais destaco:
·    Acesso a pesquisas e uma infinidade de informações;
·    Estimular a auto-aprendizagem e a independência;
·    Desenvolver o senso crítico diante dos fatos que são vivenciados durante o trabalho com as tecnologias;
            Com o uso das tecnologias o professor passa a fazer o papel de mediador, orientador das atividades deixando de ser a fonte principal do conhecimento, o professor passa a ajudar os alunos na aquisição do seu conhecimento, orientando-o da melhor forma possível.
            Com esta postura, o professor colabora no desenvolvimento da autonomia do aluno, o ajudando a encontrar as melhores estratégias para a construção do seu aprendizado e estimulando sua participação no próprio processo de aprendizagem, fazendo com que ele se mantenha motivado em aprender cada vez mais coisas novas.
            Uma das dúvidas que muitas vezes surge é como trabalhar com as tecnologias, pois muitas vezes elas são usadas de forma indiscriminada, apenas para tapar o buraco de um planejamento mal feito ou como forma de entretenimento.
 São muitos os recursos a nossa disposição para aprender e para ensinar. A chegada da Internet, dos programas que gerenciam grupos e possibilitam a publicação de materiais estão trazendo possibilidades inimagináveis vinte anos atrás. A resposta dada até agora ainda é muito tímida, deixada a critério de cada professor, sem uma política institucional mais ousada, corajosa, incentivadora de mudanças. Está mais do que na hora de evoluir, modificar nossas propostas, aprender fazendo. (MORAN,2007, p.165)

 Assim, computador, televisão, rádio e vídeo não podem ser vistos como substitutos dos professores. O professor é insubstituível, pois diante de tantas inovações é necessário que haja alguém que auxilie o aluno a analisar criticamente essas inovações.
O uso adequado das tecnologias no ambiente escolar requer cuidado e atenção por parte do professor, para avaliar o que vai ser usado e reconhecer o que pode ou não ser útil, para facilitar e contribuir com a aprendizagem dos alunos tornando-os críticos, cooperativos, criativos e pensantes. Para isso se faz cada vez mais necessárias propostas de formação de professores que possibilitem e promovam práticas pedagógicas com o objetivo de estimular os alunos a pensar e a utilizar as informações que chegam até eles de forma crítica e reflexiva.
Mídias só podem servir de fonte de acesso ao conhecimento se forem integradas, dentro ou fora da escola, no quadro de um projeto ou de uma metodologia. […] É urgente definir uma nova função da escola na sociedade atual. A questão mais importante é a de saber como vamos fazer uma educação democrática para todos... […] Devemos construir um discurso sobre a nova função da escola na sociedade tecnológica e criar práticas novas (JACQUINOT, 1995, p.19).

As práticas pedagógicas que utilizam as tecnologias de forma planejada permitem que o aluno desenvolva autonomia, tão fundamental no nosso mundo cada vez mais disputado, acesso à informação com rapidez e facilidade, desenvolvimento de competências de análise e reflexão, organização do pensamento, trabalho simultâneo com vários participantes em diversas partes do mundo, exposição de pensamento através de sites ou blogs ou até mesmo em comunidades virtuais, registro de sons e imagens e vídeos, tradução de textos em várias línguas. Tudo isso por meio de um trabalho interdisciplinar.
[...] A realidade de uma instituição de ensino constitui-se de uma estrutura, uma organização de tempo, de espaço, de grade curricular, que, muitas vezes, dificulta o desenvolvimento de uma nova prática pedagógica. São amarras institucionais que refletem nas amarras pessoais. Não basta o (a) professor (a) querer mudar. É preciso alimentar a sua vontade de estar construindo algo novo, de estar compartilhando os momentos de dúvidas, questionamentos e incertezas, de estar encorajando o seu processo de reconstrução de uma nova prática. Uma prática reflexiva na qual a tecnologia possa ser utilizada a fim de reverter o processo educativo atual. [...] (SANTOS; RADTKE, 2005, p. 332)

Neste trabalho pretendo relatar as experiências com uso das Mídias e Tecnologias e analisar os benefícios que observei nos processos de aprendizagem dos alunos durante o estágio.

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