domingo, 24 de maio de 2009

Educação após Aushwitz

"Qualquer debate acerca das metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação. Fala-se da ameaça de uma regressão à barbárie. Mas não se trata de uma ameaça, pois Auschwitz foi a regressão; a barbárie continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram esta regressão" (Adorno)
Para Adorno, a educação deve, simultaneamente, evitar a barbárie e buscar a emancipação humana. Ele questiona a educação autoritária e pensa uma educação emancipatória.
Adorno sustenta a idéia de que a escola deve ser remodelada, ou melhor, ainda, ela deve receber mais recursos e suportes que ajudem na educação de forma geral. Deve-se fazer com que os métodos de ensino nas escolas sejam dinâmicos e proporcionem aos alunos meios para interagirem e se tornarem parte da escola.
Ao falar de educação após Auschwitz Adorno ressalta dois aspectos. O primeiro se refere à educação infantil, principalmente na primeira infância: o segundo está relacionado ao esclarecimento geral, que produz um clima intelectual, social e cultural que impeça tal reprodução.
Na primeira infância ocorre a formação do caráter da criança, por isso é tão importante que hábitos, atitudes e valores sejam bem trabalhados nesta idade, por isso a importância da educação infantil, mas principalmente da consciência dos próprios pais em darem um bom exemplo e servirem de modelo para seus filhos, pois de nada adianta o trabalho da escola se os próprios pais ignoram estes hábitos, atitudes e valores.
Adorno sustenta a tese de que é importante se pensar a cada dia na possibilidade de uma nova Auschwitz. Carregar essa suposta desconfiança e estar historicamente informado a respeito do fato é comprometer-se em criar medidas de prevenção que possam evitar uma nova Auschwitz. E ainda: ignorar tais fatos e afastá-los da história é uma ação digna de condenação, pois mesmo o homem moderno com suas tendências e projetos para o futuro deve se lembrar que sua existência presente é fruto do tempo que passou.
Neste caso é obrigação da escola estudar mais a fundo este episódio e não simplesmente colocá-lo como uma tragédia que aconteceu e que matou milhões de pessoas, mas sim pesquisar os motivos de tal barbárie e quais as suas conseqüências na nossa atual sociedade e além de tudo relacionar com o que acontece nos dias atuais, relacionando com os atos igualmente bárbaros que são praticados principalmente contra as crianças que por serem mais fracas não tem como se defender.
Para concluir esta postagem sobre as idéias do autor, seria interessante analisar qual o papel da nossa sociedade hoje no combate da barbárie. Segundo ele, todas as pessoas hoje, sem qualquer exceção, se sentem mal-amadas, por que não são capazes de amar o suficiente. Com certeza a falta de amor hoje pela pessoa do próximo poderia levar a uma repetição de uma nova Auschwitz. Além deste desamor que permeia nossa sociedade seria importante destacar também a intolerância que é uma conseqüência deste desamor, pois muitas vezes por intolerância são cometidas as piores injustiças e os atos mais injustificados.

Um comentário:

Melissa disse...

Uma boa interpretação da leitura proposta pela interdisciplina Grace. Mas sabe do que senti falta? De sua reflexão sobre a leitura. O que o autor coloca esta claro, mas e sua reflexão sobre o assunto?!
Replicar as idéias do autor não demonstra seu aprendizado com a atividade (leitura).
Aguardo complementação da atividade
Beijos
Melissa