"(...) conceber e nomear o ' fazer testes', o 'dar notas', por avaliação é uma atitude simplista e ingênua! Significa reduzir o processo avaliativo, de acompanhamento e ação com base na reflexão, a parcos instrumentos auxiliares desse processo, como se nomeássemos por bisturi um procedimento cirúrgico". (Hoffmann, 2000: 53).
Para professores das séries iniciais, penso ser mais fácil avaliar um aluno, pois não precisamos ficar presos somente em instrumentos avaliativos, porque temos um contato mais direto com nossos alunos e podemos acompanhar o seu desenvolvimento e seus altos e baixos.
Tenho como costume observar muito meus alunos, acompanhar o desenvolvimento dos exercícios e trabalhos feitos no caderno e em grupos. Costumo observar o entendimento deles pelas perguntas e participações que fazem durante as aulas, pois neste momento, principalmente quando se introduz algum conteúdo novo é que pode se ter uma dimensão exata da compreensão deles, pois quando vão colocando em palavras seu entendimento é possível perceber que estão compreendendo aquilo que estou falando. Para os mais tímidos, depois de terminada a explicação, faço exercícios no caderno que retome o que foi falado e sempre corrijo o caderno, tendo assim uma idéia do que o aluno entendeu e caso percebo que ele tem dificuldade, aproveito este momento que estamos sozinhos para dar uma explicação sobre aquilo que ele não compreendeu e daí os alunos acabam sentindo-se mais a vontade para perguntar o que não entenderam.
A avaliação, na minha concepção, deve acontecer a todos os momentos, quando esta em sala de aula interagindo com os colegas, na realização de exercícios, na apresentação de trabalhos, em testes para avaliar o que entenderam e na participação durante as aulas. Penso que alem de avaliar o conhecimento é necessário avaliar o crescimento pessoal do aluno, sua maturidade em relação às situações que ele enfrenta durante o ano letivo.
Na escola onde trabalho mais tempo até o ano passado avaliava os alunos com pareceres descritivos o que apesar de dar mais trabalho, permitia avaliar o aluno de uma forma mais global, sem focar a avaliação nos instrumentos avaliativos. Este ano passamos a ter uma nota de ensino globalizado e um parecer, onde colocamos os avanços e as dificuldades encontradas durante o trimestre. Percebo como foi difícil para os alunos no início se depararem com uma nota e como passaram a assumir uma postura competitiva, comparando notas entre si.
Faço avaliações sempre que termino um conteúdo para poder ter uma dimensão daquilo que o aluno aprendeu e se posso avançar no conteúdo ou tenho que reforçar mediante explicação ou exercícios de fixação.
A avaliação é utilizada como um diagnóstico e também para constar no boletim, já que é uma determinação das escolas onde trabalho, portanto, realizo provas, testes, trabalhos escritos e orais, desenhos, produções textuais e etc., para chegar a uma nota para constar nos boletim.
Acredito que é possível utilizar a avaliação para realmente avaliar o aluno e não classificá-lo. Avaliar ele como um todo e não somente centrando todo um ano letivo em alguns instrumentos de avaliação que não irão nos dar uma dimensão das reais capacidades do aluno, somente da sua capacidade de memorização. A avaliação não deve ter um caráter punitivo e sim ser prazerosa, proporcionando ao professor uma oportunidade de conhecer o seu aluno, suas atitudes, seus valores, sua participação, seu interesse, sua vivência e experiência, seu relacionamento, seu espírito de iniciativa, sua postura, respeito e tantos outros atributos, além do seu desempenho intelectual.
Um comentário:
É isso Grace. Muito boa a reflexão sobre a avaliação. A avaliação precisa fazer parte do processo de ensino e de aprendizagem e não só servir para atribuir notas ou conceitos registrados no boletim. Precisa poder auxiliar o aluno, o professor, os pais, enfim, todos os envolvidos no processo para manter ou mesmo melhorar ainda mais o que está dando certo ou então corrigir rotas.
Abraço.
Celi
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